sábado, 17 de julho de 2010

Campeonato Mundial de Rugby Sevens Universitário




Portugal vai acolher o 4º campeonato do mundo de rugby sevens universitário.

O evento realiza-se na cidade do Porto durante os dias 21 a 24 de Julho, os jogos iram ter lugar no estádio do Bessa e a entrada é livre, vão estar presentes cerca de 20 selecções masculinas e 12 femininas.
O evento irá ser transmitido em directo na rtp2 nos seguintes horários:

Quinta-feira, 22 de Julho ás 17:30,
Sexta-feira, 23 de Julho ás 17:30,
Sábado, 24 de Julho ás 16:20.

Mais informações:

Site oficial da competição
Federação Académica do Desporto Universitário
Programação rtp2

quinta-feira, 1 de julho de 2010

José Saramago


Este Sábado,
21H30,
Entrada Livre!

domingo, 27 de junho de 2010

Do Iron Pub para o blog. A questão da China...

Quatro anos após o fim da II Guerra Mundial ocorreu um importante acontecimento histórico. No ano em que os EUA perdiam o monopólio da bomba nuclear, 1949, no extremo asiático triunfava uma revolução de natureza comunista, a Revolução Chinesa. Está última teve um alcance que ainda hoje é bastante evidente, nem que seja pelo facto de passados 61 anos do discurso de proclamação da República Popular da China, feita por Mao Tse Tung na praça de Tien Amem, a China continua a estar presente em várias discussões. A crítica (quer negativa ou positiva) à China é feita recorrentemente. Não estaríamos a falar do país mais populoso do mundo, com uma cultura milenar que forneceu utensílios importantes no desenvolvimento do homem (como por exemplo o papel, a nota e a pólvora etc), de uma potência económica e nuclear dirigida por um Partido Comunista e que é actualmente a “grande fábrica do homem” a história seria outra. A China é uma incógnita, é um país onde a ordem económica vigente é nebulosa e duvidosa, pois, ao certo não sabemos qual é o sistema que está entranhado no país e, mais nutritivo para a discussão teórica, nas próprias elites políticas desta China: o socialismo ou o capitalismo.

Historicamente a China foi uma nação que esteve fechada do resto do mundo numa lógica do tipo feudal, tendo sido durante o século XIX forçada militarmente a submeter-se aos interesses económicos e regionais das potências capitalistas, disto é exemplo os «Tratados Desiguais», das «Guerras do Ópio», as ocupações de áreas chinesas por parte da Rússia e do Japão. Em suma, a partir, nomeadamente, de 1839 a China é um espaço de grande atracção para as potências mundiais e seus capitais. Há uma grande atracção por parte dos ocidentais sobre a China, pelo menos desde dos descobrimentos iniciados pelos portugueses. Face a esta penetração dos interesses ocidentais na China o historiador Fernand Braudel afirma que «a China só vai sair deste inferno com a constituição da China Popular, em 1949»1 , ou seja, a revolução comunista de 1949 marca uma ruptura decisiva no rumo do país. Convém, no entanto, referir que o comunismo chinês nasce apenas 28 anos antes do seu triunfo. Em 1921 é fundado o Partido Comunista Chinês (PCC) com apoio da Internacional Comunista, já havia sido proclamada uma República na China (1911) feita pelo movimento Kuomintang (que tinha apoio tanto dos EUA e da URSS), mas que na verdade nada mudou em concreto nas estruturas sócio/económicas chinesas. O PCC passa a ser um dos aliados do Kuomintang, porém, com a morte de Sun Yat-Sen, em 1925, ocorre um feroz ataque por parte do vice-presidente do Kuomintang, Tchiang Kai- Shek, contra os comunistas. Era o início da mítica «Longa Marcha» de 12 500 Quilómetros rumo ao soviete de Kiangsi no Norte do país do exército comunista e, principalmente, o início de uma guerra civil na China. A guerra civil acabaria com a derrota e fuga de Tchang Kai-Chek para a ilha da Formosa (actual Taiwan) onde estabeleceu um governo apoiado pelos EUA que durante décadas seria no plano internacional, essa pequena ilha, a representante da China na ONU. A China camponesa avança então para o desenvolvimento de um sector industrial. O seu primeiro plano quinquenal (1953-1957) obtém resultados extraordinários, ao ponto de muitos autores afirmarem que este plano obtém resultados históricos. Nos anos seguintes, de 1958 a 1959, as taxas de crescimento são de 34% e 22% por ano o que é simplesmente admirável. O desenvolvimento foi uma realidade, pela primeira vez na história da China, com a construção de estradas, da alteração da estrutura agrária, o avanço da electricidade, cuidados de saúde, e da indústria. Se no final da década de 40 a China não conseguia fabricar carros em 1962 consegue produzir a bomba atómica. O desenvolvimento industrial foi o objectivo, que traduziu acima de tudo um grande desafio para o país e sua realidade rural. Este foi correspondido com a adesão dos trabalhadores e camponeses, era a prova do prestígio que o partido tinha nas massas populares. Apesar do esforço violento pedido às massas, principalmente com o segundo plano quinquenal, estas corresponderam positivamente ao apelo, ainda que, a experiência agrícola chinesa recolha inúmeras críticas como tendo sido um verdadeiro fracasso, obrigando o governo a comprar milhares de toneladas de cereais ao exterior. É uma verdade que naquele tempo o desenvolvimento de um país estava dependente da existência de uma indústria pesada e ligeira, todavia, o sector agrícola não podia ser menosprezado.

Com a consolidação do poder do PCC na China começam certas e determinadas clivagens dentro do movimento comunista internacional em relação à actuação do comunismo chinês, que hoje ainda são actuantes. Desde da ideia lançada pela China dos «três mundos»; do «Grande Salto em Frente»; à «Revolução Cultural»; a dura crítica ao comportamento da URSS iniciado na década de 60 (ruptura sino-soviética); a crítica à crítica feita a Estaline no XX Congresso do PCUS; ao estabelecimento de laços de “amizade” entre a China e os EUA bem como a partidos duvidosos contribuiu para acentuar a dúvida dentro do movimento revolucionário internacional em relação à China, sendo esta agravada pelos trágicos acontecimentos em 1989 na Praça de Tien Amem e pela recentíssima «Economia Socialista de Mercado» (ESM). A China é responsável, independentemente da opinião que se tenha, pela dúvida e rupturas dentro do movimento comunista internacional. No caso português há exemplos disto, por exemplo durante o PREC a República Popular da China não reconhecia o PCP como o partido revolucionário, mas sim o PC (m-l), em Angola apoiou, juntamente com os EUA, a UNITA e a FNLA invés do MPLA. Consequentemente, líderes comunistas faziam críticas à China como foi o caso de Álvaro Cunhal que em 1977 afirmou que «a China é o maior país em população. É pena que os dirigentes chineses tenham imprimido à política da China esta orientação, porque podemos dizer que, se tivessem imprimido uma orientação comunistas revolucionária, fundada nos princípios do internacionalismo, podemos dizer, a revolução socialista estava ganha mundialmente»2. As relações entre o PCP e o PCC só seriam normalizadas em 1988 quando pela primeira vez uma delegação do PCC assistiu a um Congresso (XII) dos comunistas portugueses. Relembre-se que o próprio Álvaro Cunhal somente visitou a China, pela primeira vez no ano de 1986, ao contrário de Mário Soares que já o tinha sido feito em 1980.

A China, ou melhor, a República Popular da China e a sua «Economia Socialista de Mercado» é, sem dúvida, a grande questão problemática de reflexão teórica dentro do movimento comunista internacional. Se há autores marxistas, como o filosofo Domenico Losurdo, que fundamentam as suas opiniões no sentido de expor a China como capitalista no plano económico e comunista no plano político sendo a sua ordem social/económica uma espécie de Nova Política Económica (NEP) gigantesca e expandida, há por outro lado outros, como Thomas Kenny, que alertam para os perigos e contradições que há na ESM perante posições revolucionárias. Perante isto, e portanto, o movimento revolucionário internacional, sobretudo o comunista, encontra-se numa amálgama ideológica no que diz respeito à análise teórica da situação chinesa.

Ao ser verdade que a ESM é uma política económica do tipo NEP, é mais verdade que ambas nasceram em circunstâncias históricas distintas e específicas. Definitivamente, os seus resultados e aspirações são distintos. A URSS durante a NEP conseguiu, mesmo assim, estar economicamente independente da economia mundial e a duração da NEP foi curta (1921-1929). O partido soviético conservou o cuidado de vigiar atentamente a economia durante a NEP e tirar as devias alusões do avanço da NEP, ao contrário do partido chinês que permitiu o aprofundamento dos mecanismos de uma economia de mercado e a forte incursão dos interesses capitalistas dentro do seu espaço. Por último, no tempo da NEP havia, somente, uma potência socialista (URSS), o recuo era deveras vital, ao contrário no tempo da ESM onde havia espaço para aprofundar as relações entre as potências socialistas, mas contrariamente a isto a República Popular da China optou por dar um forte contributo na ofensiva ideológica contra a URSS. Todavia, é claro que há semelhanças entre a NEP e a ESM. Ambas tinham o objectivo de reforçar economicamente o país (em ambos os países havia uma forte tradição feudal e domínio dos campos), a atracção de capitais para o desenvolvimento industrial, aumentar a riqueza dos trabalhadores e, principalmente, do aparelho de Estado para que fosse possível a materialização de melhorias sociais na sociedade e garantir a sua independência face ao exterior. Por fim, ambas promoveram mecanismos económicos e políticos que facultaram uma económica de mercado e a propriedade privada, ou seja, a emergência de camadas sociais que são adversas ao projecto socialista. Não me parece de todo, e apesar de algumas semelhanças, que a ESM seja uma NEP. A ESM sofre, naturalmente, influências da NEP, mas efectivamente a comparação entre a ESM e NEP como homólogas é nada mais do que uma defesa ideológica.
Sendo um facto consumado a ampla integração da China na economia capitalista mundial, e suas instituições como é o Banco Mundial do Comércio e o FMI, é logicamente um facto inegável que há exploração do homem pelo homem, uma política assente em baixos salários e desemprego na China, pois, isto é inerente ao sistema capitalista. Não haja dúvidas neste ponto, onde há capitalismo há exploração e miséria. A lógica capitalista actuante na China não é, certamente, diferente da lógica capitalista existente em outros lugares do mundo (podendo o seu grau ser mais ou menos violento). Além deste importante facto, outros problemas surgem na China como é o aumento da corrupção, o aumento do fosso entre o partido e as camadas populares (operariado e camponeses), o fosso entre ricos e pobres e o surgimento de largas camadas da burguesia e capitalistas que são contrárias ao projecto socialista. Estes factos e forças sociais, que como afirmou um amigo meu, «nada mais fazem do que parasitar dentro do Partido», comprometem o avanço de um possível projecto revolucionário. Mesmo tendo noção desta realidade a afirmação que a República Popular da China é um regime capitalista onde o Capital é Rei e Senhor não me parece que corresponda à totalidade da verdade, pelo menos por enquanto. O que é verdade é a visão actual e difundia pelo mundo de uma China que é encarada como uma enorme linha de montagem de todos e qualquer tipo de produtos sem condições e respeito pelos trabalhadores.

Ao optar por esta trajectória a República Popular da China ficou dependente do imperialismo e do Capital, isto é, a presença de inúmeras fábricas estrangeiras na China contêm um importância estratégica para o desenvolvimento pretendido pela China. Face a este caminho escolhido pelo partido de manter o crescimento anual do país com índices altos, faz com que a pressão e a ofensiva contra uma tentativa de melhoramento da regulamentação das relações laborais sejam forte e perspicaz. Este facto conjugado com a ascensão de indivíduos deste quadrante dentro do partido faz com que até a própria manutenção da ESM esteja posta em causa num futuro. Em suma e genericamente falando, a ESM precisa da manutenção dos capitais e das empresas no país para manter o desenvolvimento do país ao ritmo desejado, porém o grande capital estrangeiro só aceita ficar no país a conviver com um partido comunista desde que esteja garantido e assegurado os vários mecanismos de economia de mercado. Procura-se encontrar um equilibro, até a China ficar forte o suficiente para avançar para o socialismo, na correlação de forças entre as forças capitalistas e as forças socialistas, no entanto, este equilibro não é definitivo.

Não obstante, há dados a reter do comportamento da China em relação ao seu progresso social. Em primeiro lugar a China é um país com uma dimensão tremenda, e apesar da sua tremenda dimensão o seu projecto, criticável ou não, conseguiu tirar mais de 600 milhões de pessoas da pobreza desde de 1981. O próprio Banco Mundial num estudo recente afirmou que a China é responsável por 67% dos resultados no que toca a eliminação da pobreza mundial nas últimas décadas. A UNICEF reconhece um enorme mérito as autoridades chinesas que conseguiram reduzir os índices de pobreza drasticamente. Em agências oficiosas e governativas dos EUA podemos recolher dados, no mínimo interessantes, que nos deixam admirados. Segundo a CIA a percentagem de pessoas a viver abaixo do linear da pobreza na China é uma das mais pequenas do mundo, cerca de 2,8% da população (os mesmos dados apontam que em Portugal e outros países ocidentais é mais de 10%, e na Índia que é o segundo país mais populoso atrás da China mas ocupará a primeira posição dentro de anos, era de cerca de 27% em 2007). Ainda nos mesmos dados podemos verificar que desde de 2007, e apesar do avanço da crise capitalista, o rendimento per capita dos chineses tem vindo a aumentar: em 2007 era de $5,700 subindo para $6,600. Em relação ao número de desempregados a China ocupa a 38ª posição da lista de países com menos desemprego, ficando os EUA na 108ª posição, numa lista de 200 países. Fazendo contas aos dados fornecidos pelo Departamento do comércio, economia e estatísticas (Censos) do EUA é possível extrair que perto de 13% da população americana é pobre. Com uma pesquisa rápida encontra-se notícias sobre a nova lei aprovada do Contrato de Trabalho na China que entrou em vigor em 2008, que coloca importantes limites as empresas estrangeiras. Há também várias notícias sobre a regulamentação e fiscalização por parte das entidades chinesas às empresas internacionais como foi o caso da libertação de 600 pessoas, entre as quais crianças, idosos e deficientes mentais que tinham sido feitos escravos numa empresa no centro do país. É inegável que foi graças ao projecto que norteou a República Popular da China que foi possível modernizar e desenvolver o país. Para terminar é importante salientar que na China vivem cerca de 1 323 591 583 indivíduos, «há demasiada gente, há sempre demasiada gente na China» é a ideia comum em relação à população chinesa, mas, a verdade é que há realmente muita gente na China, mas esta gente apesar de tudo não pára de crescer desde de 1952 (nesta data eram “só” cerca de 572 milhões), o que por si demonstra que houve condições para criar estas pessoas.

Em jeito de conclusão, não encaro a República Popular da China como a «pátria dos trabalhadores» ,para obter esse título será necessário uma forte mudança sócio/económica no país, contudo, também não encaro a China como aquele país onde todos e mais algum são fortemente explorados. Houve, e há, melhorias substâncias na China. Todavia, e dado que o objectivo final continua a ser a construção do socialismo e de uma sociedade sem exploradores e exploradores na China muito há para ser feito e melhorado. As relações económicas e de produção precisam de ser repensadas e revistas, sendo importante aumentar a produção e, consequentemente a riqueza nacional, mas esta não deve ser feita servindo os interesses do Capital (exploração dos trabalhadores), mas sim, os trabalhadores, camponeses e com uma melhor atenção à protecção e direitos no mundo do trabalho. A dinâmica de comando da ESM não pode fugir ao controlo do Estado e do partido. O aparelho partidário deve ser uma estrutura ao serviço, e em contacto com, das populações quer urbanas quer camponesas, e não um espaço de ensaio para as forças contrárias ao socialismo. A China precisa de continuar a desenvolver-se economicamente, precisa de continuar oferecer à sua população melhorias de vida e direitos vitais (como a saúde e educação) bem como continuar apostar no fabrico de bens de consumo para satisfazer as populações. Não pode, nem deve, ficar subordinada ao capital estrangeiro ou nacional. Se foi os campos que garantiram o apoio decisivo ao PCC, este não pode menosprezar os campos face ao urbano. O caminho optado pela direcção comunista Chinesa não foi o mais correcto politicamente como demonstram vários exemplos históricos, alguns citados aqui no texto. Mas, para o bem ou para o mal, foi este o escolhido e que deve ser avaliado.
A experiência fracassada na URSS deve ser levada em conta na concretização de um possível socialismo na China, ou em qualquer parte do mundo. É importante, reflectir e analisar a situação política, social e económica da China, pois, actualmente o projecto socialista e internacionalista, bem como de certa maneira o projecto capitalista, está dependente daquela realidade asiática. Seja como for, e seja o que a China for, mais dia, menos dia haverá uma ruptura definitiva nesse país, visto que, os vários interesses antagónicos que estão presentes naquele país estão a preparar o terreno para avançar. «O PCP observa o processo revolucionário na China a partir de posições de classe, apoiando nos princípios fundamentais do marxismo-leninismo e tendo em conta a experiência revolucionária própria e a experiência do movimento comunista e revolucionário mundial. E isso conduz a algumas grandes interrogações e mesmo inquietações quanto ao futuro socialista da China»3 , eu acrescentava a isto, para dissuadir quaisquer dúvidas, uma preocupação pelo facto de não ter havido ainda um alastramento à totalidade da população as melhorias substanciais que grande parte da população usufruiu com a revolução. Tendo a noção da grande dimensão daquele país, elemento que deve estar sempre presente na discução e análise sobre a China, é lógico que as melhorias de bem-estar na população não ocorrem de um dia para outro, é um processo demorado e árduo. Porém, este processo pode estar colocado em risco quando sabemos que há uma intensa luta de classes na China com um partido comunista ideologicamente deformado. É, deveras, assustador saber que há pelo menos cerca de 230 mil chineses que detêm mais do que um milhão de dólares em bens financeiros sabendo que há pelo menos 2,8% da população que vive abaixo do linear da pobreza, além de ser a prova provada que há uma forte burguesia capitalista e financeira interessada em proteger e salvaguardar o seu capital. Ou seja, a ruptura na China não será feita pacificamente, há muito em jogo (tanto no plano nacional como internacional). Resta observar o futuro para verificar o desenrolar dos acontecimentos na República Popular da China quando o momento chegar. O que não pode é continuar activa é uma enorme promiscuidade entre sectores ditos revolucionários e capitalistas que tem vindo a consolidar-se desde de 1978, quando o PCC em nome da construção do socialismo envergou por um caminho perigoso. Se é verdade que as vicissitudes do “socialismo de mercado” atraíram, principalmente, muitos intelectuais devido aos feitos que a China alcançou, é também verdade que o “socialismo de mercado” chinês carrega enormes realidades que actuam como um forte desprestígio para a causa do socialismo internacional.

Notas:
1 - Fernand Braudel, Gramática das Civilizações, p. 197.
2 - Álvaro Cunhal, Uma Política ao Serviço do Povo, Edições Avante!, 1977, p. 258.
3 - Nuno Albano, «A revolução chinesa foi há 60 anos», in O Militante, P 38.

Bibliografia:
BRAUDEL, Fernand (1989). «A China de ontem e de hoje». In Gramática das Civilizações. Editorial Teorema 197-212.
KENNY, Thomas. Lições da NEP soviética para «Economia Socialista de Mercado» da China Popular.

NUNES, Albano (2009). «A revolução chinesa foi há 60 anos», in O Militante, Nº 303, 34-39.

sábado, 19 de junho de 2010

José Saramago

«A morte tirou os óculos, E agora que lhe parece, perguntou, Tenho a certeza de nunca a ter visto antes, Talvez porque a pessoa que tem diante de si, esta que sou agora, nunca tivesse precisado de comprar entradas para um concerto, ainda há poucos dias tive a satisfação de assistir a um ensaio da orquestra e ninguém deu pela minha presença, Não compreendo, Lembre-me para que lho explique um dia, Quando, Um dia, o dia, aquele que sempre chega, Não me assuste. A morte sorriu o seu lindo sorriso e perguntou, Falando francamente, acha que tenho um aspecto que meta medo a alguém [...] A morte voltou para cama, abraçoi-se ao homem e, sem compreender o que lhe estava a suceder, ela que nunca dormia, sentiu que o sono lhe fazia descair suavemente as pálpebras. No dia seguinte ninguém morreu.» José Saramago, In As Intermitências da Morte.
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«Queres que te diga o que penso, Diz, Penso que não cegámos, penso que estamos cegos, Cegos que vêem, Cegos que, vendo, não vêem.» José Saramago, In Ensaio sobre a Cegueira.

sábado, 12 de junho de 2010

Mundial 2010.

A Nova Zelândia regressa ao Mundial pela segunda vez, a primeira foi em 1982 em Espanha, para fazer HISTÓRIA.
Os «ALL Whites» garantiram a presença na África do Sul ao bateram por uma bola a zero a time traiçoeira e perigosa do Bahrain.

Fica a lista dos hérois:

23 James Bannatyne Guarda-Redes 34 anos Team Wellington (Nova Zelândia)

12 Glen Moss Guarda-Redes 27 anos Melbourne Victory (Austrália)

1 Mark Paston Guarda-Redes 33 anos Wellington Phoenix (Nova Zelândia)

18 Andy Boyens Defesa 26 anos New York Red Bulls (EUA)

3 Tony Lochead Defesa 28 anos Wellington Phoenix (Nova Zelândia)

6 Ryan Nelsen Defesa 32 anos Blackburn Rovers (Inglaterra)

4 Winston Reid Defesa 21 anos FC Midtjylland (Dinamarca)

2 Ben Sigmund Defesa 29 anos Wellington Phoenix (Nova Zelândia)
19 Tommy Smith Defesa 20 anos Ipswich Town (Inglaterra)

5 Ivan Vicelich Defesa 33 anos Auckland City (Nova Zelândia
)
13 Andy Barron Médio 29 anos Team Wellington (Nova Zelândia)

11 Leo Bertos Médio 28 anos Wellington Phoenix (Nova Zelândia)

8 Tim Brown Médio 29 anos Wellington Phoenix (Nova Zelândia)

21 Jeremy Christie Médio 26 anos FC Tampa Bay (EUA)

16 Aaron Clapham Médio 23 anos Canterbury United (Nova Zelândia)

7 Simon Elliott Médio 35 anos sem clube

15 Michael McGlinchey Médio 23 anos Motherwell (Escócia)

17 David Mulligan Médio 28 anos sem clube

22 Jeremy Brockie Avançado 22 anos Newcastle Jets (Austrália)

10 Chris Killen Avançado 28 anos Middlesbrough (Inglaterra)

9 Shane Smeltz Avançado 28 anos Gold Coast United (Austrália)

20 Chris Wood Avançado 18 anos West Bromwich Albion (Inglaterra)
E, por fim, a nata da time...
14 Rory Fallon Avançado 28 anos Plymouth (Inglaterra)

Um pequeno apanhado do que passou

Há três anos a fazer coisas espectaculares pela noite a dentro nesse espaço que é o ISCTE.


«Os tenebrosos anos do Estado Novo não permitiram o crescimento necessário do número de médicos em Portugal, comprometendo seriamente o acesso à saúde para uma imensa maioria dos portugueses. Os entusiásticos anos após o 25 de Abril permitiram, também nesta área, grandes conquistas para o desenvolvimento do país. Com a entrada na UE, e ao contrário do que seria de esperar, voltou-se a um ritmo de crescimento semelhante aos anos anteriores à revolução.» […]

«Existe uma grande assimetria entre os distritos de Setúbal e Bragança na questão dos casamentos não católicos e dos divórcios. No período em estudo ocorreram 678 casamentos não católicos em Bragança contra os 28 771 realizados em Setúbal.». […]


«Tentámos ainda observar se a Biblioteca-Museu República e Resistência se encontra bem inserida junto da população do bairro onde se situa, tal como tentámos observar o funcionamento das suas restantes valências, como é o caso das exposições, do anfiteatro, do cyber-café, dos computadores e da internet». […]

«Este documento atribui se a sua autoria ao Padre José de Oliveira Berardo, sendo amigo pessoal de Almeida Garrett, Feliciano de Castilho e de Alexandre Herculano». […]

«Fabricação de Heróis». […]


«Por fim, e em jeito de curiosidade o termo pelo qual e conhecida a Crise de 1929, “Sexta-feira negra” é um termo que serve para classificar uma crise bolsista destas dimensões, devido essencialmente a uma grave crise na bolsa que se avivou num sexta-feira do ano de 1869 nos EUA. Na crise de 1929 o crash da bolsa ocorre numa quinta-feira, e não numa sexta-feira, inclusive na sexta-feira ocorreu uma pequena recuperação da bolsa». […]


«O II Acto começa com a nomeação de Francisco de Toledo como vice-rei do Peru, chegando lá em Outubro de 1569». […]


«2º O auge do Império. 1587 – 1666. (Neste período é auge do Império Safávida. O grande legado de Abbas I é já um sistema administrativo centralizado, forte exercito, e um estado já com as fronteiras perfeitamente definidas. É com ele que se estabelecem contactos com os europeus. Existe um clima de tolerância, que permiti ao estabelecimento de colónias europeias em várias partes do país e outras ordens religiosas a construir conventos.)». […]


«De facto, a luta armada não era o único caminho para a autodeterminação; porém, foi o único que o regime deixou em aberto aos nacionalistas angolanos que depois de algum tempo parados a observar os perigos desse duro caminho e não vendo outros atalhos, decidiram, então, caminhar». […]


«Como o próprio Melo Antunes reconhece mais tarde: é um documento «absolutamente condenável» no ponto de vista militar.». […]


« O historiador não tem dias marcados para seguir esta ou aquela linha de investigação, ou seja, é complicado afirmar que o nosso primeiro passo na investigação foi isto e o segundo aquele. Ao efectuar uma investigação o historiador estabelece um forte e permanente esforço mental com o seu objecto histórico, sendo por isso bastante complicado assumir a ideia que no dia "x" fez "A" para no dia seguinte fazer o "B" porque o "A" já tinha sido feito no dia antes. Em suma, o historiador durante a sua investigação repete por diversas vezes o mesmo acto, ficando então activo um género de cruzamento onde circulam concomitantemente várias acções (levantamento de problemas, pesquisa, leitura de estudos, arquivos, confronto com fontes, etc.) que só serão interrompidas pelo próprio historiador, isto é, quando este achar que a sua investigação chegou ao fim. […]A ideia inicial que norteou o projecto revelou-se, à medida que se foi aprofundando a investigação, de alguma forma, incorrecta. Os cine-clubes foram, apesar dos objectivos dos seus principais dinamizadores, organizações predominantemente intelectuais. Por isso, os concelhos escolhidos para delimitar a investigação acabaram por ter muito pouco (ou nada) para nos mostrar. Ainda assim, existiram actividades cinematográficas, e de alguma forma pegando no espírito destes cine-clubes. No entanto, na sua forma e nos seus objectivos, não se tratavam de verdadeiros cine-clubes. A hipótese colocada inicialmente foi sendo refutada perante as evidências resultantes da investigação. Colocam-se nesta fase, portanto, novas hipóteses para um aprofundamento que não cabe nos limites deste trabalho.»

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Hitler. Uma Biografia

Um livro que ao ser folheado transmite os moldes que permitiram a ascensão de Hitler, bem como põem em nu a profundidade do terror nazi na Europa. São 838 páginas concentradas em Adolf Hitler, que na verdade deveria ter sido Adolf Schicklgruber (pai trocou o nome por Hitler em 1871), nascido na Áustria em 20 de Abril de 1889.O indivíduo que evitava consumir carne, álcool ou fumar. Na juventude manteve boas relações com Josef Neumann (que era judeu) e com o médico que tratou a sua mãe às portas da morte que, também, era Judeu. Foi recomendado para ser condecorado com a Cruz de Ferro na I Guerra Mundial por um oficial judeu. São 838 páginas que são mais do que uma Biografia de Hitler, são de certa maneira, uma biografia da própria Alemanha daquela época.


«Acima de tudo, foi um farol de alerta que continua a brilhar com toda a intensidade: mostra como uma sociedade moderna, avançada e culta pode mergulhar tão rapidamente num barbarismo que veio a culminar numa guerra ideológica, numa conquista de uma brutalidade e voracidade que mal se poderiam ter concebido, a par de um genocídio a que o mundo nunca assistira até então» […] «Pode dizer-se que Hitler forneceu a ilustração clássica da máxima de Karl Marx segundo a qual «os homens escrevem a sua própria história, mas sob determinadas condições que lhes são impostas» […] «Hitler foi o principal autor de uma guerra que deixou mais e cinquenta milhões de mortos e ainda mais milhões de pessoas a chorar os entes queridos que perderam, enquanto tentavam refazer as suas vidas destroçadas. Hitler foi a principal inspiração de um genocídio como o mundo nunca tinha conhecido e que seria correctamente visto em tempos vindouros como um episódio que definiria o século XX. O Reich cuja glória ele procurou alcançar acabou destruído, com o que restou dele a ser dividido por entre as potências vitoriosas e ocupantes. O arqui-inimigo, o bolchevismo, manteve-se na própria capital do Reich , presidindo a metade da Europa. Até mesmo a população germânica, cuja sobrevivência ele dissera ser a principal razão da sua luta política, revelou-se em última análise dispensável para ele.» In Hitler. Uma Biografia, by Ian Kershaw.

sábado, 5 de junho de 2010

Orquestra Juvenil Simón Bolívar



Simplesmente,genial...
Nascida em meados da década de 70, este projecto foca o ensino de música a jovens de famílias economicamente desfavorecidas. O "El Sistema" parte de uma rede local social amplamente apoiada pelo Estado da Venezuela de pequenas orquestras, tendo na Orquestra Juvenil Simón Bolívar a jóia da coroa (com Gustavo Dudamel no seu leme).


http://www.fesnojiv.gob.ve/

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Faleceu Rosa Coutinho

Faleceu o Almirante Rosa Coutinho, um militar de Abril.
Logo após o golpe que ocorreu naquela Quinta-feira de Abril de 74 integrou a Junta de Salvação Nacional. E, chegou a coordenar o Serviço de Extinção da PIDE-DGS e da Legião Portuguesa.

Destacou-se por uma forte posição progressista e de apoio as camadas populares e trabalhadores dentro do MFA.

Ainda desempenhou tarefas importantes em Angola durante a descolonização.

«Hoje já não há medo da PIDE, da censura, das perseguições políticas (à velha maneira...), mas em contrapartida criaram-se outros medos também inimigos da liberdade: medo do desemprego, medo de não ter condições para uma velhice feliz, medo de não conseguir educar os filhos, medo de não ter acesso à saúde, todos estes medo continuam a existir, e todos eles têm de ser combatidos em nome de uma liberdade que o País conseguiu com o 25 de Abril».

O corpo de Rosa Coutinho está em câmara ardente na Capela de São Roque, nas instalações da Marinha, realizando-se o funeral quinta feira a partir das 15:00.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Protestos na Acrópole

Na década de 80 «as políticas keynensianas dão lugar a políticas neoliberais, que fazem pressão sobre os salários e sobre as despesas públicas com a finalidade explícita de restaurar os lucros [...] Estas políticas [neoliberais] restabelecem o lucro global das empresas e portanto as suas possibilidades financeiras de investir: era o resultado pretendido. Resultado não pretendido mas inevitável: estas mesmas políticas, fazendo pressão de maneira cumulativa sobre a procura dos assalariados e do Estado, contraem os mercados globais e reduzem assim as oportunidades de investimento rendível para as empresas. O lucro global é investido então maciçamente não em operações de produção [aparelhos produtivos nacionais], mas em operações de transferência de propriedade: absorção de empresas privada, aquisição de empresas públicas (é o fenómeno das privatizações). especulação com as moedas e com os títulos (é o fenómeno da «bolha financeira»). Tais operações redistribuem a propriedade dos meios de produção e do dinheiro: numerosas empresas e grupos encontram aí um meio privilegiado para se desenvolverem e alargarem a sua esfera de influência, para aumentarem o seu poder económico. Mas estas operações não alargam a produção e o emprego: o crescimento permanece fraco e o desemprego continua a expandir-se».

Visto que na Grécia os trabalhadores estão a ser confrontados com um ataque extremamente violento aos seus direitos e qualidade de vida (diminuição das pensões, ordenados, fim do 13º e 14º mês, aumento do IVA para 25%, etc) porquê é que foi aprovado este pacote financeiro com o objectivo de "auxiliar" a Grécia? Para combater estas carências que o governo grego não pode (e não quer) facultar ao povo grego? Não, não, não. É, sim, para ajudar o grande Capital a recompor-se à custa, não só da classe trabalhadora grega, como à custa dos povos da União Europeia.

terça-feira, 4 de maio de 2010

A Revolução Bolchevique de 1910 em Portugal.

Como a República portuguesa faz 100 anos,
Como o Santo Padre vai visitar o país nos próximos dias,

Este filme de Hollywood, a meu ver, retrata muito bem a revolução Bolchevique portuguesa de 1910, se alguma vez tivesse ocorrido, está claro.
Tanto do ponto de vista histórico, como de tudo, é simplesmente um «GRANDE LOL».


quarta-feira, 28 de abril de 2010

Desabafo de alguém...

A ofensiva agora (?) é contra o subsidio de desemprego, na ideia de resolver a crise financeira. As pessoas não querem trabalhar, por isso ficam em casa a receber subsídio de desemprego é a deixa dos nossos dias, pois bem e não digo que não os haja, mas gostava de perceber como é que se resolve a situação do desemprego se não são criados novos postos de trabalhos no país com condições para as pessoas. Optou-se pela aposta em políticas de austeridade e não na dinamização da economia do país que permita criar emprego. O Estado deveria ser a força motora do desenvolvimento do país, mas ao contrário, opta-se por políticas que forcem as pessoas a empregar a sua força de trabalho a custo reduzido como pedem os patrões (CIP). Por outro lado, a riqueza disponível diminuiu o que cria dentro do próprio capital contradições entre si e, nomeadamente, conflitos entre o grande capital pela riqueza produzida.

Os jornais estrangeiros (sem ligação a esquerda) afirma que a entrada do Euro em Portugal foi responsável pelo fraco crescimento económico português aumentado a fragilibilidade do país. Alguém, ligado a esquerda, já o tinha alertado na altura...

E, também importante, relembrar que as pessoas que estão no fundo de desemprego é porque descontaram para isso, é um direito não um privilégio, se há privilégios é para o sistema financeiro e seus actores que tem os governos a seu dispor para subtrair a maioria a riqueza que perderam com a crise causada por eles mesmos. As pessoas merecem uma vida melhor e, sobretudo serem tratadas como pessoas que o são e não encaradas como parasitas que somente prejudicam o país. O desemprego cria situações muito complexas e não só pela falta de dinheiro. A ideia de estar em casa e não fazer nada é fracturante para as familias... o sentimento de saber que é se últil, mas que não há oportunidade de emprego é fracturante para o ser humano, entre outros casos.
A ideia de retirar este dinheiro aos desempregados lançandos deste modo estes desamparados para o vázio não parece que seja digno de uma sociedade do século XX.


É muito redutante ter a visão que a culpa da crise é dos desempregados, aliás, é imoral e ate grosseiro.

Nos últimos tempos o governo teve que substituir a iniciativa privada para salvaguardar esta (afirmações dos próprios governantes). Ao que parece a iniciativa privada também tem um género de fundo de desemprego…

O país desde 2000 que pouco ou nada cresce. Em história, se há algo certo, é que as situações não ficam iguais na sua amplitude, isto é, engane-se aqueles que pensam que com estas políticas o mundo fica como o era em 1999.

Por fim, o povo pode absorver a “violência dos mercados”, mas a” violência dos trabalhadores” é mal recebida e sujeita a forte criticas…
Estamos, enfim, reféns das agências de Raking, apesar de nada sabermos delas...
A crise capitalista de 1929 é apontada como tendo o seu fim em 1933/34, contudo as políticas de resposta feitas nessa época foram de outra natureza... e, apesar disto, é nótorios sinais da crise nos tempos da II Guerra Mundial, ou seja, só com a II Guerra Mundial é que na sua totalidade ultrapassada. É notório nos tempos que correm um crescimento das actividades bélicas e dos exércitos.
Bom e agora para acabar mesmo, mais uma vez está confirmado que fomos enganados : Não estamos a sair da crise, desta crise que é capitalista...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Sofia de Oliveira Ferreira Santo

«Faleceu Sofia de Oliveira Ferreira Santo, aos 87 anos. Aderiu ao PCP em 1945, passou à clandestinidade em 1946. Presa pela primeira vez em 1949 com Álvaro Cunhal e Militão Ribeiro, passou mais de 13 anos nas prisões fascistas. Exercendo diversas responsabilidades, antes e depois do 25 de Abril, integrava o Grupo de Trabalho do Arquivo Histórico do PCP.
Tendo aderido ao Partido Comunista Português em 1945, Sofia Ferreira passou à clandestinidade em 1946. Exercendo diversas responsabilidades desde esse momento – primeiro na imprensa clandestina, depois em tarefas junto do Secretariado do Comité Central, e mais tarde integrando a Organização Local do Porto onde foi responsável pela organização partidária em empresas têxteis e em serviços da Função Pública –, Sofia Ferreira foi eleita para o Comité Central no V Congresso em 1957, responsabilidade que manteve até 1988.
Presa pela primeira vez em 1949 na casa do Luso com Álvaro Cunhal e Militão Ribeiro, Sofia Ferreira voltaria a conhecer a prisão e a tortura em 1959, tendo passado mais de 13 anos nas prisões fascistas.
Depois de algum tempo na União Soviética, Sofia Ferreira regressa em 1969 à luta clandestina assumindo, primeiro, tarefas na Organização Regional de Setúbal, integrando depois a Direcção Regional de Lisboa tendo desempenhado várias tarefas de responsabilidade até ao 25 de Abril de 1974.
O corpo estará a partir das 17h, de 22 de Abril, no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa, realizando-se a cremação, dia 23 de Abril, às 17h30, neste cemitério.
»
Fonte


«Há aqueles que lutam um dia; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam muitos dias; e por isso são muito bons;
Há aqueles que lutam anos; e são melhores ainda;
Porém há aqueles que lutam toda a vida; esses são os imprescindíveis

Bertold Brecht

terça-feira, 20 de abril de 2010

25 de Abril, 1 de Maio e Problemas actuais.

















Dia 30 de Abril, sexta-feira, aparece no Centro de Trabalho do PCP na Póvoa de Santa Iria (pelas 21H) para debater e trocar ideias sobre o 25 de Abril, o 1 de Maio e os problemas actuais.
Vai, também, haver um momento musical.

Entrada Livre.

domingo, 18 de abril de 2010

Threadless - Nude No More



Aqui está um conceito muito giro, uma loja de t-shirts online, que é também uma espécie de comunidade. Pessoas de qualquer canto do mundo submetem designs para t-shirts e dependendo da votação do design a t-shirt é impressa. O resultado é uma colecção de t-shirts de todos os feitios, para todos os gostos, aconselho a dar uma vista de olhos, vale a pena =)

www.threadless.com ou para preguiçosos o link directo aqui

terça-feira, 13 de abril de 2010

Há uma ligação entre a Estupidez e o Vaticano

Recentemente o Cardeal Tarcisio Bertone afirmou que
«Muitos psicólogos e muitos psiquiatras demonstraram que não há relação entre o celibato e a pedofilia, mas muitos outros demonstraram que há relação entre a homossexualidade e a pedofilia»


O mesmo Cardeal ainda afirmou que a pedofilia é
«uma doença que afecta todas as categorias de pessoas e proporcionalmente, em medida menor, os sacerdotes»

Por muitos absurdos que se possa dizer há um facto inegável que é necessário dar resposta e punir. É a ligação entre a pedofilia e a Igreja.

Por fim, as palavras deste Cardeal são mais uma prova, provada, que há uma forte ligação entre a Estupidez e o Vaticano.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

E, assim decorre um dia...

Nota: Que fique registado que este post é meu (JCL) e do Pedrocas. Sim! Sim! Sim!. Temos amigos, temos vida aquém e além Tejo. Oh yeah, já o fizemos, e não foi um com outro.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Conhece a história da Póvoa de Santa Iria ?

Sabia que:

O Morgado da Póvoa foi formado ainda no século XIV, 1336?

Durante as invasões francesas o senhor do Morgado da Póvoa foi presidente da regência do Reino durante a fuga do Rei e da Corte para o Brasil. Acabou por ser “demitido” pelo General francês Junot.

Durante o século XIX foi construído na Póvoa a primeira fábrica de adubos químicos em Portugal?

Se o crescimento populacional da Póvoa mantivesse-se igual ao verificado em finais do século XIX (1864) a Póvoa teria em 2009 cerca de 4 271 habitantes...

Em 1886 é criado o Concelho de Loures que absorve a freguesia da Póvoa de Santa Iria..

Em 1910 a 14 de Agosto realiza-se um comício republicano no Grémio Dramático Povoense, no qual esteve presente o futuro Presidente da República, Bernardino Machado.

Em 1913 a «Água minero-medicinaldo Mouchão da Póvoa» ganha vários prémios internacionais.

Foi na Póvoa que ocorreu o primeiro voo de um avião comandado por portugueses em território nacional.

Em 1920 a população da Póvoa era de 1 102 habitantes, substancialmente inferior à população de 1878 (1 408 habitantes).

Em 1920 havia na Póvoa 735 analfabetos, contra 455 pessoas que saibam ler e escrever.

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Estes factos, entre outros, fazem parte da história da Póvoa de Santa Iria e, inclusive, do país. Vamos então relembrar e trocar ideias sobre a nossa história local.

No próximo dia 09 de Abril no Centro de Trabalho do PCP da Póvoa de Santa Iria, vai realizar-se uma iniciativa sobre a história da nossa freguesia. APARECE E TRAZ AMIGOS

Entrada Livre.
21H

quarta-feira, 31 de março de 2010

Crónica do imaginário futuro.

É difícil de imaginar que esta cidade foi durante a década de 60/70 a terceira cidade onde viviam mais portugueses. Comentava.

Difícil ou não, é um facto. Devias saber isso… ou não é de factos que a maioria dos livros de história assenta. Foi a resposta.

Sim, tens razão! Mas é deveras difícil, imaginar que neste espaço houve o 14 de Julho; Jacobinos; Comuna de Paris; Napoleão; Maria Antonieta; Guilhotina; República; a Primavera dos Povos; Cunhal; 1830; I Guerra Mundial; Bastilha; Soares; Luís XVI; II Guerra Mundial; Voltaire; Nazis; Vichy; absolutismo; resistência armada. Aqui formou-se uma grande parte da intelectualidade europeia, e a restante ansiava formar-se aqui.

De forma anacrónica, ambos deixaram-se envolver no mítico e no histórico que é Paris.

No entanto, e «com um brilhozinho nos olhos» ela questionava-se: «Que foi que ele disse»?. Seja como for, afirmou «hoje soube-me pouco». Continuando com o «brilhozinho nos olhos»…

A mim «hoje soube a tanto, portanto, hoje soube-me a pouco». Respondeu ele.

Calaram-se, entrelaçaram as mãos. Os lábios contorceram-se, não era rir, mas, sim sorrir. Focaram o seu olhar nos campos Elísios e no Arco do Triunfo, as vozes estranhas e o zumbar violento dos carros, das pessoas, dos aviões, em suma, a violência sonora da cidade foi cessando, sem que em momento algum o tenha sucedido. O momento era deles.



terça-feira, 30 de março de 2010

Algumas perspectivas dos deputados liberais sobre o operariado português. Uma Investigação em curso.

Mon amour, fica aqui uma pequena amostra do meu «muito tempo livre». Sem paint desta vez lol. Meter «lol» numa cena académica é bueda pouco académico. Que fique registado.

Em 1823 era debatido, na Câmara dos Senhores Deputados, o despedimento de 800 operários em Lisboa, a necessidade de controlar as despesas do reino assim imperava. Um deputado solicitava então a palavra:
«oitocentos e tantos operários ficarião nas circunstancias de serem despedidos, e se o inspector destas obras fosse e dissesse: oitocentos homens amanhã ficão fora da minha folha, e não trabalhão em Lisboa: isto seria um abismo em que nos metteria-mos; seria oitocentos e tantos Portuguezes que amaldiçoarião a obra da nossa regeneração. Por tanto a reducção não se deve fazer n'um dia, mas em um anno»

Na mente deste deputado estaria com certeza a fraca estabilidade do novo regime e a preocupação de uma possível agitação popular em Lisboa. É um facto real, e sentido na altura, o defeituoso apoio popular que o liberalismo tinha. Este defeito conjugado com o medo de ocorrer em Portugal uma acção radical, como a que outrora marcou presença em França (1790-94),
fazia com que a percepção do deputado fica-se alertada para o perigo, no imediato, do pretendido e autêntico despedimento colectivo. Era necessário salvaguardar o regime, e por consequência a alternativa apresentada foi o despedimento de todos os operários, mas, às prestações.

Qualquer facto que faça lembrar a realidade é, somente e puramente, integrante na lógica natural, histórica e actuante das ilusões do capitalismo. Ainda se lembram da Quimonda? eram só alguns trabalhadores que iam ser despedidos...

domingo, 28 de março de 2010

«E, já agora privatize-se também a puta que os pariu a todos».

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos».

José Saramago in Cadernos de Lanzarote – Diário III

quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Oliver North song

E, assim também se faz história.

terça-feira, 23 de março de 2010

Seja o que for, é justo.

Na última segunda-feira, e para assinalar os dois anos de mandato, Dimítris Christofias, declarou a redução do seu próprio salário e dos restantes ministros do governo. A redução será de 10% no ordenado. Ainda na mesma conferência o Presidente do Chipre, eleito em 2008 pelo AKEL (Partido Comunista do Chipre), incentivou os deputados e outros altos funcionários do país a seguirem este exemplo.

Com certeza, não é preciso ser nenhum sábio na ciência económica, esta redução salarial não é a resposta à crise, apesar de para a economia cipriota ser uma boa ajuda. Podem, ainda, muitos até a chamar de demagogia, seja como for, ela é um óptimo sinal para o interior da sociedade, bem como reveladora que nem toda a classe política é igual. Ao aconselhar a diminuição de salários na elite empresarial e o fim dos brutais prémios que os mesmos levam para casa, tenta-se combater e diminuir as contradições que há na sociedade. Como há dinheiro para prémios, se não há para aumentos salariais ?

É eticamente incorrecto e demonstrativo de falta de solidariedade, na minha visão, pedir mais esforços aos trabalhadores (que muitos ganham 2 euros por hora) numa época de crise na qual os altos cargos das empresas auferem de uma pipa de massa por dia, é, simplesmente e altamente contraditório.

A ilha do Chipre onde é sentido um clima tenso e bélico, pois, a sua parte norte ainda continua ocupada, militarmente, pela Turquia (desde 1974), dá um belo exemplo de ética e de postura. O seu governante corta no ordenado do seu executivo, e aponta o caminho ao resto dos altos quadros e executivos do país. Fica lançado o desafio...

É revelador de um estar na política.

Portugal nas Trincheiras - Cinema São Jorge


A decorrer
Entrada Livre

segunda-feira, 22 de março de 2010

Grécia

As medidas de austeridades na Grécia, (cortes nos salários, nas pensões, subsídios, aumento dos impostos), continua a avançar. Na Grécia, tal como resto da Europa, a ideia dos governantes é de forçar os trabalhadores a pagar a crise, e com isto, salvaguardar a classe capitalista. Face a estas propostas os deputados do KKE (Partido Comunista Grego) retiram-se do parlamento em protesto aquando da votação das mesmas.

Doravante, e ao contrário do que foi dito por um gestor de uma importante empresa portuguesa, as greves são para intensificar.

Com estas contradições e a luta de classes a tomar um caminho agudo, cantar R.E.M começa a fazer sentido…


«It's the end of the world as we know it and I feel fine»















E, se os capitalistas e seus aliados tomam propostas para defender a sua posição e salvaguardar os seus interesses, então, os trabalhadores, a classe operária e os explorados pretendem melhor a sua:

«The mass rally followed a protest march in the central streets of Athens to the Ministry of Laboor. The protesters made clear that they will not make any sacrifice for plutocracy and demanded:

- Stable employment for all
- 7-hour working day, 5-day
- 1400 euro minimum salary
- retirement at the age of 55 for women and 60 for men, at 50 and 55 for the hazardous occupations
- Measures for substantial protection of the unemployed and their families and not charity supermarket vouchers
- 1120 euro unemployment benefit for the whole period of unemployment without any conditions and prerequisites.
- Full health and pharmaceutical care
- Drastic taxation of the big enterprises by 45%. Abolition of all tax relieves and privileges
.»

domingo, 21 de março de 2010

«O Governo PS governa pelo seu programa»..diziam eles.

«É certo que a emergência em 2008 daquela que é a maior crise económica mundial desde a célebre Grande Depressão de 1929 afectou o desempenho económico de todos os países e, inevitavelmente, também da economia portuguesa, com efeitos particularmente preocupantes ao nível do desemprego
«O segundo [objectivo] é continuar a reforçar o sistema público de segurança social, de modo a garantir a protecção na velhice, invalidez, doença ou desemprego
.»
«[…] avançar agora com o investimento público modernizador – realizado pelo Estado ou realizado por privados por indução do Estado - significa mais bem-estar e mais competitividade. Mas significa também, de forma directa, mais actividade económica e mais emprego. É por esta razão que todos os países europeus e os Estados Unidos da América fazem hoje do investimento público um instrumento central de resposta à conjuntura.»

Estes objectivos/propostas foram retirados
daqui. Mas, garantindo os votos e a governação o programa foi metido na gaveta, quanto espaço livre terá essa gaveta ainda?, e o caminho que foi escolhido foi o de uma politica de austeridade inserida numa aliança com o grande capital contra os trabalhadores. Ao contrário do que foi prometido, e ao contrário das políticas promovidas em 1929 que foram vitais para ultrapassar a crise, uma política de protecção social conjugada com a intervenção directa e actuante do Estado na economia foi negligenciada. Nunca, depois de 1929 foi tão urgente uma política de esquerda.
Como é sabido, optou-se pelo aumento de impostos; não combater o desemprego mas sim tentar, no máximo, estabilizar o mesmo; e várias privatizações como é caso de alguns monopólios, sendo a rede eléctrica portuguesa (REN) gritante.
Como podem ver, nesse programa que foi apresentado aos portugueses para 2009-2013 (bem como os discursos do tempo eleitoral) não se fala em privatizar nem em privatizações. Consequentemente, fomos enganados. Ao que parece, central é salvaguardar os interesses de classe do capital.

sábado, 20 de março de 2010

Biosfera, Abril 2008

Penso que vale a pena, ver (ou rever quem já viu) este documentário transmito na RTP2 em 2008.
Um documentário que alerta para os riscos da falta de planeamento do território. Este facto, conjugado, com a enorme pressão de urbanização é algo que o poder local não deve menosprezar
.




sexta-feira, 19 de março de 2010

Blog?

Há uns dias atrás, o meu agente ligou-me e disse “They want you to blooooog for them.”, eu perguntei “Are you shiting me?”, ele respondeu “I Shit you not.”. E infelizmente era verdade!

Em primeiro lugar, o que é um blog? Um blog é um espaço no qual gente que não tem vida social e provavelmente nada de especial para dizer ao mundo escreve na esperança que alguém o ouça, ou neste caso, leia. Algo parecido com as redes sociais, portanto. Nesse caso, por que é que aceitei associar-me a este projecto? Simples, apontaram-me uma arma à cabeça e quando viram que isso não resultava puseram-se de joelhos a chorar baba e ranho e a implorar pelo meu contributo para um lugar que, de outra forma, estaria condenado ao fracasso. Assim também está, mas sempre podem culpar-me pelo insucesso e pouca utilidade do que por aqui se escreve.

Sendo esta a minha primeira entrada neste espaço, seria conveniente que abordasse um tema profundo e interessante que deixasse, ainda que por pouco tempo, as pessoas que me convidaram a participar neste sítio satisfeitas com a sua visão e capacidade de recrutamento. Isso não vai acontecer. O que venho fazer aqui hoje, basicamente, é dizer que não espero que nada de bom saia daqui e que o melhor será que as quatro pessoas que visitam este blog – os três redactores e uma quarta pessoa que entrou aqui por engano e infortúnio - se apercebam disso e quanto mais cedo, melhor.