quarta-feira, 31 de março de 2010

Crónica do imaginário futuro.

É difícil de imaginar que esta cidade foi durante a década de 60/70 a terceira cidade onde viviam mais portugueses. Comentava.

Difícil ou não, é um facto. Devias saber isso… ou não é de factos que a maioria dos livros de história assenta. Foi a resposta.

Sim, tens razão! Mas é deveras difícil, imaginar que neste espaço houve o 14 de Julho; Jacobinos; Comuna de Paris; Napoleão; Maria Antonieta; Guilhotina; República; a Primavera dos Povos; Cunhal; 1830; I Guerra Mundial; Bastilha; Soares; Luís XVI; II Guerra Mundial; Voltaire; Nazis; Vichy; absolutismo; resistência armada. Aqui formou-se uma grande parte da intelectualidade europeia, e a restante ansiava formar-se aqui.

De forma anacrónica, ambos deixaram-se envolver no mítico e no histórico que é Paris.

No entanto, e «com um brilhozinho nos olhos» ela questionava-se: «Que foi que ele disse»?. Seja como for, afirmou «hoje soube-me pouco». Continuando com o «brilhozinho nos olhos»…

A mim «hoje soube a tanto, portanto, hoje soube-me a pouco». Respondeu ele.

Calaram-se, entrelaçaram as mãos. Os lábios contorceram-se, não era rir, mas, sim sorrir. Focaram o seu olhar nos campos Elísios e no Arco do Triunfo, as vozes estranhas e o zumbar violento dos carros, das pessoas, dos aviões, em suma, a violência sonora da cidade foi cessando, sem que em momento algum o tenha sucedido. O momento era deles.



2 comentários:

  1. Sem palavras. Só quis comentar para mostrar que existiu alguém que leu isto e gostou. É só mesmo a fonética que te atrapalha!

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  2. Hehehehe, ainda bem que alguém visita isto com intenção de tal, além, do Pedro, do Rijo e do Zuki e dos outros todos por engano.

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