quarta-feira, 31 de março de 2010

Crónica do imaginário futuro.

É difícil de imaginar que esta cidade foi durante a década de 60/70 a terceira cidade onde viviam mais portugueses. Comentava.

Difícil ou não, é um facto. Devias saber isso… ou não é de factos que a maioria dos livros de história assenta. Foi a resposta.

Sim, tens razão! Mas é deveras difícil, imaginar que neste espaço houve o 14 de Julho; Jacobinos; Comuna de Paris; Napoleão; Maria Antonieta; Guilhotina; República; a Primavera dos Povos; Cunhal; 1830; I Guerra Mundial; Bastilha; Soares; Luís XVI; II Guerra Mundial; Voltaire; Nazis; Vichy; absolutismo; resistência armada. Aqui formou-se uma grande parte da intelectualidade europeia, e a restante ansiava formar-se aqui.

De forma anacrónica, ambos deixaram-se envolver no mítico e no histórico que é Paris.

No entanto, e «com um brilhozinho nos olhos» ela questionava-se: «Que foi que ele disse»?. Seja como for, afirmou «hoje soube-me pouco». Continuando com o «brilhozinho nos olhos»…

A mim «hoje soube a tanto, portanto, hoje soube-me a pouco». Respondeu ele.

Calaram-se, entrelaçaram as mãos. Os lábios contorceram-se, não era rir, mas, sim sorrir. Focaram o seu olhar nos campos Elísios e no Arco do Triunfo, as vozes estranhas e o zumbar violento dos carros, das pessoas, dos aviões, em suma, a violência sonora da cidade foi cessando, sem que em momento algum o tenha sucedido. O momento era deles.



terça-feira, 30 de março de 2010

Algumas perspectivas dos deputados liberais sobre o operariado português. Uma Investigação em curso.

Mon amour, fica aqui uma pequena amostra do meu «muito tempo livre». Sem paint desta vez lol. Meter «lol» numa cena académica é bueda pouco académico. Que fique registado.

Em 1823 era debatido, na Câmara dos Senhores Deputados, o despedimento de 800 operários em Lisboa, a necessidade de controlar as despesas do reino assim imperava. Um deputado solicitava então a palavra:
«oitocentos e tantos operários ficarião nas circunstancias de serem despedidos, e se o inspector destas obras fosse e dissesse: oitocentos homens amanhã ficão fora da minha folha, e não trabalhão em Lisboa: isto seria um abismo em que nos metteria-mos; seria oitocentos e tantos Portuguezes que amaldiçoarião a obra da nossa regeneração. Por tanto a reducção não se deve fazer n'um dia, mas em um anno»

Na mente deste deputado estaria com certeza a fraca estabilidade do novo regime e a preocupação de uma possível agitação popular em Lisboa. É um facto real, e sentido na altura, o defeituoso apoio popular que o liberalismo tinha. Este defeito conjugado com o medo de ocorrer em Portugal uma acção radical, como a que outrora marcou presença em França (1790-94),
fazia com que a percepção do deputado fica-se alertada para o perigo, no imediato, do pretendido e autêntico despedimento colectivo. Era necessário salvaguardar o regime, e por consequência a alternativa apresentada foi o despedimento de todos os operários, mas, às prestações.

Qualquer facto que faça lembrar a realidade é, somente e puramente, integrante na lógica natural, histórica e actuante das ilusões do capitalismo. Ainda se lembram da Quimonda? eram só alguns trabalhadores que iam ser despedidos...

domingo, 28 de março de 2010

«E, já agora privatize-se também a puta que os pariu a todos».

«Privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu, privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei, privatize-se a nuvem que passa, privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno e de olhos abertos. E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar, privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez a exploração deles a empresas privadas, mediante concurso internacional. Aí se encontra a salvação do mundo... E, já agora, privatize-se também a puta que os pariu a todos».

José Saramago in Cadernos de Lanzarote – Diário III

quinta-feira, 25 de março de 2010

quarta-feira, 24 de março de 2010

Oliver North song

E, assim também se faz história.

terça-feira, 23 de março de 2010

Seja o que for, é justo.

Na última segunda-feira, e para assinalar os dois anos de mandato, Dimítris Christofias, declarou a redução do seu próprio salário e dos restantes ministros do governo. A redução será de 10% no ordenado. Ainda na mesma conferência o Presidente do Chipre, eleito em 2008 pelo AKEL (Partido Comunista do Chipre), incentivou os deputados e outros altos funcionários do país a seguirem este exemplo.

Com certeza, não é preciso ser nenhum sábio na ciência económica, esta redução salarial não é a resposta à crise, apesar de para a economia cipriota ser uma boa ajuda. Podem, ainda, muitos até a chamar de demagogia, seja como for, ela é um óptimo sinal para o interior da sociedade, bem como reveladora que nem toda a classe política é igual. Ao aconselhar a diminuição de salários na elite empresarial e o fim dos brutais prémios que os mesmos levam para casa, tenta-se combater e diminuir as contradições que há na sociedade. Como há dinheiro para prémios, se não há para aumentos salariais ?

É eticamente incorrecto e demonstrativo de falta de solidariedade, na minha visão, pedir mais esforços aos trabalhadores (que muitos ganham 2 euros por hora) numa época de crise na qual os altos cargos das empresas auferem de uma pipa de massa por dia, é, simplesmente e altamente contraditório.

A ilha do Chipre onde é sentido um clima tenso e bélico, pois, a sua parte norte ainda continua ocupada, militarmente, pela Turquia (desde 1974), dá um belo exemplo de ética e de postura. O seu governante corta no ordenado do seu executivo, e aponta o caminho ao resto dos altos quadros e executivos do país. Fica lançado o desafio...

É revelador de um estar na política.

Portugal nas Trincheiras - Cinema São Jorge


A decorrer
Entrada Livre

segunda-feira, 22 de março de 2010

Grécia

As medidas de austeridades na Grécia, (cortes nos salários, nas pensões, subsídios, aumento dos impostos), continua a avançar. Na Grécia, tal como resto da Europa, a ideia dos governantes é de forçar os trabalhadores a pagar a crise, e com isto, salvaguardar a classe capitalista. Face a estas propostas os deputados do KKE (Partido Comunista Grego) retiram-se do parlamento em protesto aquando da votação das mesmas.

Doravante, e ao contrário do que foi dito por um gestor de uma importante empresa portuguesa, as greves são para intensificar.

Com estas contradições e a luta de classes a tomar um caminho agudo, cantar R.E.M começa a fazer sentido…


«It's the end of the world as we know it and I feel fine»















E, se os capitalistas e seus aliados tomam propostas para defender a sua posição e salvaguardar os seus interesses, então, os trabalhadores, a classe operária e os explorados pretendem melhor a sua:

«The mass rally followed a protest march in the central streets of Athens to the Ministry of Laboor. The protesters made clear that they will not make any sacrifice for plutocracy and demanded:

- Stable employment for all
- 7-hour working day, 5-day
- 1400 euro minimum salary
- retirement at the age of 55 for women and 60 for men, at 50 and 55 for the hazardous occupations
- Measures for substantial protection of the unemployed and their families and not charity supermarket vouchers
- 1120 euro unemployment benefit for the whole period of unemployment without any conditions and prerequisites.
- Full health and pharmaceutical care
- Drastic taxation of the big enterprises by 45%. Abolition of all tax relieves and privileges
.»

domingo, 21 de março de 2010

«O Governo PS governa pelo seu programa»..diziam eles.

«É certo que a emergência em 2008 daquela que é a maior crise económica mundial desde a célebre Grande Depressão de 1929 afectou o desempenho económico de todos os países e, inevitavelmente, também da economia portuguesa, com efeitos particularmente preocupantes ao nível do desemprego
«O segundo [objectivo] é continuar a reforçar o sistema público de segurança social, de modo a garantir a protecção na velhice, invalidez, doença ou desemprego
.»
«[…] avançar agora com o investimento público modernizador – realizado pelo Estado ou realizado por privados por indução do Estado - significa mais bem-estar e mais competitividade. Mas significa também, de forma directa, mais actividade económica e mais emprego. É por esta razão que todos os países europeus e os Estados Unidos da América fazem hoje do investimento público um instrumento central de resposta à conjuntura.»

Estes objectivos/propostas foram retirados
daqui. Mas, garantindo os votos e a governação o programa foi metido na gaveta, quanto espaço livre terá essa gaveta ainda?, e o caminho que foi escolhido foi o de uma politica de austeridade inserida numa aliança com o grande capital contra os trabalhadores. Ao contrário do que foi prometido, e ao contrário das políticas promovidas em 1929 que foram vitais para ultrapassar a crise, uma política de protecção social conjugada com a intervenção directa e actuante do Estado na economia foi negligenciada. Nunca, depois de 1929 foi tão urgente uma política de esquerda.
Como é sabido, optou-se pelo aumento de impostos; não combater o desemprego mas sim tentar, no máximo, estabilizar o mesmo; e várias privatizações como é caso de alguns monopólios, sendo a rede eléctrica portuguesa (REN) gritante.
Como podem ver, nesse programa que foi apresentado aos portugueses para 2009-2013 (bem como os discursos do tempo eleitoral) não se fala em privatizar nem em privatizações. Consequentemente, fomos enganados. Ao que parece, central é salvaguardar os interesses de classe do capital.

sábado, 20 de março de 2010

Biosfera, Abril 2008

Penso que vale a pena, ver (ou rever quem já viu) este documentário transmito na RTP2 em 2008.
Um documentário que alerta para os riscos da falta de planeamento do território. Este facto, conjugado, com a enorme pressão de urbanização é algo que o poder local não deve menosprezar
.




sexta-feira, 19 de março de 2010

Blog?

Há uns dias atrás, o meu agente ligou-me e disse “They want you to blooooog for them.”, eu perguntei “Are you shiting me?”, ele respondeu “I Shit you not.”. E infelizmente era verdade!

Em primeiro lugar, o que é um blog? Um blog é um espaço no qual gente que não tem vida social e provavelmente nada de especial para dizer ao mundo escreve na esperança que alguém o ouça, ou neste caso, leia. Algo parecido com as redes sociais, portanto. Nesse caso, por que é que aceitei associar-me a este projecto? Simples, apontaram-me uma arma à cabeça e quando viram que isso não resultava puseram-se de joelhos a chorar baba e ranho e a implorar pelo meu contributo para um lugar que, de outra forma, estaria condenado ao fracasso. Assim também está, mas sempre podem culpar-me pelo insucesso e pouca utilidade do que por aqui se escreve.

Sendo esta a minha primeira entrada neste espaço, seria conveniente que abordasse um tema profundo e interessante que deixasse, ainda que por pouco tempo, as pessoas que me convidaram a participar neste sítio satisfeitas com a sua visão e capacidade de recrutamento. Isso não vai acontecer. O que venho fazer aqui hoje, basicamente, é dizer que não espero que nada de bom saia daqui e que o melhor será que as quatro pessoas que visitam este blog – os três redactores e uma quarta pessoa que entrou aqui por engano e infortúnio - se apercebam disso e quanto mais cedo, melhor.

Portugal Vs Roménia



A selecção portuguesa de rugby defronta amanhã a selecção da Roménia, num encontro decisivo para o apuramento para o mundial de rugby que se irá realizar na Nova Zelândia em 2011.

O jogo é ás 15h no estádio universitário. Como é costume, as meninas da caixa geral de depósitos distribuirão bilhetes grátis para o encontro. Portanto basta aparecer no estádio, encontrar as meninas, pedir um bilhete e apoiar a selecção num jogo que poderá pôr Portugal na lista das melhores selecções de rugby do mundo, integrando pela segunda vez consecutiva o campeonato mundial, este próximo a ser realizado pela potência do rugby, os guerreiros do Haka, Nova Zelândia.

Site da Federação portuguesa de Rugby

Site da International Rugby Board

quarta-feira, 17 de março de 2010

Incrível, Portugal um país de privilégios para alguns…

450 Euros é o ordenado mínimo em Portugal,

A renda da casa, raramente, anda abaixo dos 300 Euros,

600 mil desempregados e, ao que parece, o actual PEC só prevê a criação de 25 mil novos empregos,

1 000 euros para as propinas,

gasolina está mais cara,

Em suma, a vida está mais cara,

A situação é negra, mas, também contraditória…
Soube-se, agora, que o Estado autorizou um prémio para a equipa de gestão da REN, ao que parece, José Penedos (um dos administradores que está suspenso por ordem do Tribunal devido a um possível envolvimento no caso Face Oculta) vai receber um bónus de cerca de 250 mil euros. Ao todo, os cincos gestores do Conselho da REN vão dividir entre si um prémio de cerca de 1 milhão e 250 mil euros. Bom, pode-se dizer que já é um apertar no cinto… pois em 2008 o prémio foi 3,5 milhões de Euros, mas não deixa de ser obsceno.

Na Portugal Telecom a situação é idêntica, os seus administradores vão receber 6 milhões de Euros em prémios.

Além destes chorudos prémios, fica aqui um pequeno apanhado do salário por dia, sim é quanto recebem por dia, alguns administradores em Portugal: Por exemplo Zeinal Bava ganha 6 905 euros por dia; Henrique Granadeiro fica com 4 575 euros por dia; Rui Pedro Soares 4 200 euros dia; e Jorge Coelho, o mais explorado desta lista, fica com 1 917 euros por dia.

Também é de salientar os lucros, escandalosos, da banca entre 2005 e 2009: 2 470 MILHOES DE EUROS. Para nem falar do lucro dos outros grupos económicos em Portugal…

Isto é uma parte importante da realidade e, consequentemente, eu percebo totalmente as pessoas que não aceitam sair do fundo de desemprego para ir trabalhar num emprego que ganham 2 euros por Hora. Haja respeito e moral. Ao contrário do que muitos afirmam por ai, não há mal nenhum criticar os chorudos ordenados praticados nas grandes empresas tanto públicas como privadas, em tempos de crise é vergonhoso exigir mais esforços à maioria dos portugueses enquanto que uma pequena minoria de indivíduos acumula riqueza…

Como é possível criticar, atacar e pedir esforços aos trabalhadores quando há prémios chorudos, quando há um punhado de indivíduos a receber fortunas por dia!!!!
Os trabalhadores criam riqueza, pois, como é sabido é do trabalho, e não da especulação financeira, que provém a riqueza de um país.

Mais uma vez, fomos enganados.

Este governo PS, vai aumentar os impostos;
Vai atacar o subsídio de desemprego e o rendimento social;
Não vai combater o desemprego;
Não vai tributar o grande capital nem as mais-valias da bolsa;
Não vai apostar em obras públicas;
Não vai dinamizar o aparelho produtivo nacional;
Ao contrário, vai privatizar várias empresas públicas dando, em alguns casos, o monopólio aos privados.

Tempos difíceis adivinham-se… a conjuntura histórica é propícia a rupturas e mau-estar dentro da sociedade. Cabe aos trabalhadores e explorados organizarem-se e lutarem por uma vida melhor.

Tortoise



Uma panóplia de tipos…uma panóplia de tipos que experimentam, tocam, exploram toda a profundidade da música que criam...

Por tipos entendo músicos, por panóplia...banda.


Os Tortoise são uma banda instrumental, originais de Chicago que se formaram no inicio dos anos 90.

As musicas variam de uma para a outra tanto como a variedade dos instrumentos usados, mas o que os faz ser tão interessantes é o conseguirem casar o simples e o complexo, numa interacção entre músicos como encontro em poucas bandas.

Categorizar uma banda destas é, no meu ver, para alem de difícil, inútil. Por isso deixo apenas os sites de interesse e dois vídeos da 2ª e 3ª musica do ultimo álbum.


Myspace

Site Oficial

All Music Guide




segunda-feira, 15 de março de 2010

A contra-revolução continua a confessar-se...

No último congresso do PPD-PSD o congressista e Presidente da Câmara das Caldas da Rainha, Fernando Costa um dos obreiros do PPD, fez um dos discursos mais visto nas televisões devido ao seu teor caricato. No seu discurso esta frase chamou-me atenção

«Eu levei tanta tareia do Partido Comunista, eu levei tareia do Partido Comunista, […], eu estive nas barricadas de Rio Maior».

Havendo, então, um destacado membro do PPD que, (se a memória não me atraiçoa) inclusive já era deputado nessa altura, a participar nas barricadas que foram erguidas no dia 24 de Novembro de 1975 em Rio Maior contra um suposto «golpe comunista» e a sua «comuna de Lisboa», é revelador que a agitação sentida no Norte do país durante o chamado «Verão Quente», onde no qual são realizadas mais de 150 acções terroristas (Bombas; fogos-postos; assaltos e destruições; tiros) contra os Centros de Trabalhos do PCP, do MDP-CDE, sindicatos e organizações de extrema-esquerda, muito pouco, ou nada, teve de espontâneo. A ideia de uma «simples rejeição popular do comunismo» parafraseada pelo sector de direita e do PS, cada vez mais faz parte de um imaginário desse sector, contudo, sendo ela dominante na sociedade, encerra perigos.

Hipoteticamente acreditando na tese do «CIABoy», Frank Carlucci que esteve em contacto directo com o Portugal revolucionário de então, que a conjuntura avivada no Norte do país «foi espontâneo, ninguém esteve por detrás», ou até, atribuindo a totalidade da organização das barricadas de Rio Maior à CAP, não se pode deixar de salientar que, apesar de não haver «ninguém por detrás» ou da organização das barricadas ter sido da autoria da CAP, nestas barricadas participaram, foram manobrados ou fizeram questão de estar figuras de proa da direita portuguesa…

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domingo, 14 de março de 2010

Final Four




Irá ter lugar na próxima quinta-feira, dia 18 de Março, a fase final da 1ª divisão do campeonato universitário de Lisboa de rugby sevens. Os jogos irão realizar-se no estádio universitário de Lisboa.
A fase final do campeonato irá consistir em 4 jogos, envolvendo os 4 primeiros classificados do campeonato que disputarão os 4 primeiros lugares.

O rugby original (rugby union) é jogado por 15 jogadores durante 80 minutos, 40 para cada parte. A variante rugby sevens é jogado apenas por 7 jogadores e tem a duração de 14 minutos, 7 para cada parte, sendo as regras em geral iguais às do rugby de 15.

Os jogos começam ás 18:00 e a final é ás 19:20. O calendário dos jogos pode ser consultado aqui.

O estádio universitário fica na cidade universitária, em frente ao Hospital Sta. Maria.
Aparece! Vem apoiar a tua faculdade e dinamizar o universo universitário, apoiando o desporto universitário e a competição saudável.

Se tens interesse em praticar desporto pela tua faculdade informa-te na tua associação de estudantes acerca das modalidades disponíveis.

Para saberes mais acerca da final de rugby e das outras modalidades universitárias, visita www.adesl.pt

Deixo aqui um vídeo da 1ª parte de um jogo de rugby sevens entre Portugal e a Austrália.

Plano de Estabilidade e Crescimento

O antigo dirigente, e um dos fundadores do Partido Socialista, criticou as privatizações das grandes empresas públicas, previsto no Plano de Estabilidade e Crescimento (PEC). Afirmou ainda, que o actual Governo (PS- Sócrates) devia concentrar atenções no combate ao desemprego, à pobreza e às desigualdades sociais.

«Quando o País está em dificuldade e é preciso que o Estado tenha poder e capacidade monetária, que venha não somente de fora mas de dentro, para resolver o problemas que afectam as classes mais desfavorecidas - e é para isso que nós socialistas servimos, para servir as classes mais desfavorecidas -, é evidente que não podemos estar assim a desbaratar o nosso próprio património. Não tem sentido, não faz sentido». Afirmou Mário Soares.

Bom, continuam contínuas as contradições dentro do Partido Socialista, mas ao que parece o histórico socialista está de acordo que este PEC não dá garantias de combater o desemprego, a pobreza e as desigualdades sociais. Fica mais uma crítica ao PEC...

quinta-feira, 11 de março de 2010

11 de Março de 1975.

No 11 de Março de 1975 por volta das 11h45 o Regimento de Artilharia 1 (RAL 1) é atacado por aviões e cercado por forças do Regimento de Pára-Quedistas de Tancos. É a derradeira aventura de Spínola na tentativa de conquistar e derrotar a coordenadora do MFA. O golpe do 11 Março é derrotado, muito devido a acção do Comandante do RAL 1, Diniz de Almeida, e de populares que vão para a rua, bem como pelo facto de ser um golpe “estranhamente” defeituoso. Além da sua derrota é de salientar duas mortes que resultam do golpe.

O 11 de Março é o culminar da correlação de forças entre o sector Spinolista e a coordenadora/programa do MFA. O fracasso do golpe Palmo Carlos de 1974, a «matança da Páscoa» e o fracasso da «maioria silenciosa» faz com que Spínola se demita de Presidente da República. Contudo, as eleições para o Conselho de Armas do exército de indivíduos ligados ao sector de Spínola, faz crer ao General que a correlação de forças, finalmente, tinha mudado para o seu lado, lançando então o golpe do 11 de Março.

O derrotado General Spínola foge de imediato de helicóptero para Espanha. Dirá mais tarde que foi traído, pois durante o golpe muitos dos que comprometeram-se em participar no golpe abandonaram-no à última hora. Uma polémica ainda em aberto na história recente. Seja como for, o golpe que ficou reduzido a um ataque ao RAL 1 em Lisboa fracassa redondamente. Um dos militares mais prestigiado do país e no sector militar, abandona o país derrotado militarmente e politicamente.
A condenação do golpe é vasta, desde da extrema-esquerda, ao PCP, passando pelo PS e PSD. Erguem-se barricadas por parte de populares e das massas trabalhadoras, são assaltadas as sedes de partido de direita e até a própria casa de Spínola em Massamá.

Ainda no 11 de Março é realizado uma Assembleia do Movimento das Forças Armadas (MFA) na Calçada das Necessidades em Lisboa, que ficaria conhecido por «Assembleia selvagem», ficando esquecido que se alguma coisa fora «selvagem» nesse dia foi o golpe promovido por Spínola. Nesta Assembleia o país entra numa fase, decisivamente, de esquerda: com a decisão de punir militares e civis ligados ao sector reaccionário e burguês que tinham apoiado o golpe (como Champalimaud, Espírito Santos e até Jorge de Mello da CUF); a nacionalização da banca e dos seguros; e o avanço definitivo da reforma agrária. É a institucionalização do MFA, é dissolvido o Conselho de Estado e criado o Conselho da Revolução e ainda fica consagrada a Assembleia do MFA. A lei 5/75 que institucionaliza a Assembleia do MFA permite que esta tenha poderes fiscalizadores e seja um órgão conselheiro do Conselho da Revolução. Por outro lado, o Conselho da Revolução fica com poderes constitucionais, fiscalizadores e de controlo da acção e actividade legislativa do Governo, o poder de vigiar o cumprimento do programa do MFA e das leis constitucionais, poderes de conselho do presidente da República e amplos poderes de ordem militar.

Se é verdade que o golpe do 11 de Março foi uma resposta aos perigos que o projecto da coordenadora do MFA e suas afinidades com partidos políticos de esquerda representava, ele foi, somente, a força matriz que tornou esse projecto em realidade. Mário Soares, dirigente do Partido Socialista, demonstrava a nova realidade esquerdizante de que era necessário não ser excluido dela, afirmando: «Um dia histórico, em que o capitalismo se afundou».

Dias mais tarde o Conselho de Revolução toma posse, assim como Francisco Costa Gomes assume o cargo de Presidente da República em simultâneo com a chefia do Estado e das Forças Armadas. O MFA tornava-se no «Motor da Revolução portuguesa» que pretendia rumar ao socialismo. O 11 de Março é o inicio do chamado Processo Revolucionário Em Curso (PREC), que vigora durante 37 semanas até ao golpe do 25 de Novembro de 1975. Marca também o fim da batalha entre MFA e Spínola, bem como pode ser encarado como o fim da unidade dentro do própria MFA e da sua coordenadora. O futuro passava pela correlação de forças entre as várias sensibilidades dentro do MFA.

terça-feira, 9 de março de 2010

Capitão de Abril Costa Martins

Durante as movimentações militares feitas na madrugada de 25 de Abril de 1974, que viriam a aniquilar 48 anos de fascismo, chegavam notícias preocupantes ao Posto de Comando instalado clandestinamente num barracão no Regimento de Engenharia da Pontinha (Lisboa): as tropas da Escola Prática de Infantaria (EPI) que tinham partido de Mafra por volta das 02H00 com a missão de ocupar e controlar o Aeroporto da Portela não transmitiam notícias da sua situação. Face à ausência de informações sobre a situação do aeroporto de Lisboa a operação «Fim-Regime» do movimento dos capitães sofria um contra-tempo, resultando, o adiamento da transmissão do primeiro comunicado que estava previsto ser lido às 04h00. Na verdade, a situação do aeroporto ficaria resolvida por iniciativa do Capitão Costa Martins.

O então capitão Costa Martins realiza um acto heróico que é muitas vezes esquecido. Este capitão sozinho decide entrar no aeroporto e, firmemente, diz ao oficial de dia que: o aeroporto está cercado; os objectivos do Movimento e exige a sua rendição. O bluff de Costa Martins foi bem sucedido, «Nova Iorque» (nome de código do aeroporto) estava tomado. Finalmente, e depois de ter achado o caminho para o Aeroporto (ao que parece a coluna perdeu-se nas ruas de Camarate, se não estou em erro), a coluna militar da EPI dirigida pelo capitão Rodrigues chega ao seu destino. De imediato o capitão Costa Martins dirige-se à torre de controlo e emite um comunicado (NOTAM) que interditava o espaço aéreo português e o desvio do tráfego comercial para Madrid e Las Palmas. Nenhum avião tem ordem para aterrar ou levantar voo, inclusive nas bases aéreas militares. Às 04h20 era transmitida a informação à Pontinha que «Nova Iorque» estava ocupada e controlada.

Natural de Silves, Costa Martins tem um papel preponderante no MFA, tanto, durante os preparativos do fim do regime, no próprio 25 de Abril, como no período revolucionário. O seu nome consta nas 21 nomeações do Conselho de Estado do pós-25 de Abril representado o MFA; é nomeado ministro do Trabalho nos II, III, IV e V Governo Provisório. Como ministro do trabalho teve um papel decisivo na criação do salário mínimo nacional e o 13º mês de ordenado, conquistas laborais que ficariam consagradas na Constituição da República de 1976. Acabou por ser envolvido numa polémica política lançada por sectores de direita sobre o «Dia do Trabalho», onde na qual foi propositadamente acusado de ter ficado com parte de dinheiro referente ao «dia de salário para a nação». Acabou por ser totalmente ilibado destas acusações.

Um dos militares que em 1974 optou por não dormir no dia 25 de Abril para que então o povo português passa-se a dormir melhor consigo mesmo, faleceu no passado dia 7.